Créditos : Eu Quero Investir
Existem maneiras inusitadas de ganhar dinheiro principalmente com os eSports. Neste vídeo você vai conhecer a carreira de Gabriel "Tockers" pro player de League of Legends que joga pela equipe da Havan Liberty.
Juliano Custodio (JC): Olá você ligado no canal Eu Quero Investir. [0:01: Juliano Custódio, CEO Eu Quero Investir.] O papo hoje é sobre carreira, sobre dinheiro, sobre novas maneiras de ganhar dinheiro porque, sim, você, que está procurando uma nova maneira de ganhar dinheiro, uma nova vocação, um jeito diferente de começar a mudar a sua carreira, sim, existem maneiras muito, quem sabe, inusitadas, e novas, divertidas, de se ganhar dinheiro. Eu estou aqui com uma pessoa que é uma referência no assunto, o Gabriel Tockers.
Gabriel Tockers (GT): Tockers, isso mesmo.
JC: O Tockers, que é um dos grandes vencedores de LoL, o League of Legends, que é um e-sports. Ele é a mais nova contratação do Havan Liberty.
JC: Assim como qualquer outro esporte, ou qualquer outro negócio, jogar não é uma brincadeira. Precisa de treinamento, precisa de habilidade, precisa de foco, determinação. Como é que é isso nos e-sports?
GT: Bom, acho que o e-sports não foge muito do esporte tradicional porque começa como diversão, começa brincando, se divertindo e, à medida que tu vai realmente se profissionalizando, tu vai tendo todas aquelas obrigações, compromissos, tem que ter disciplina, tem que treinar, tem que dar resultado. Não adianta —
JC: A pressão é a mesma de um trabalho qualquer.
GT: A pressão é a mesma. Se eu jogar mal hoje amanhã eu posso ser demitido e vou ter que ir pra um time menor, vou ter que ganhar menos. Então eu tenho que tá o tempo inteiro me aperfeiçoando, melhorando.
JC: Então não é que nem o futebol, em que o cara demite o técnico. Demite o jogador mesmo.
GT: Tem os dois casos, né? [Ambos riem.] Obviamente. Mas, se o jogador não tá performando, ele é mandado embora. Ele é — vão achar uma opção melhor pra ele.
JC: Eu, quando jogava videogame na infância, minha mãe dizia: “Sai desse videogame, vai ler um livro. Sai desse videogame, vai estudar. Isso não dá futuro pra ninguém”. Eu tava certo, mãe. Começou a dar futuro pras pessoas. Tem profissionais hoje dos esports. A pergunta que eu vou te fazer, porque tem gente que vai acabar se inspirando em ti pra transformar isso numa profissão, como é que foi contar isso em casa? “Pai, mãe, eu sou bom pra caramba nisso aqui. Eu vou transformar isso aqui numa carreira.” Qual é que foi o teu processo?
GT: Apesar de eu ter ido sempre bem na escola — eu tinha boas notas, eu nunca tive problema com isso — a minha mãe implicava bastante com quanto tempo eu passava no computador. Já me ameaçou várias vezes de que ia jogar o computador pela janela [ambos riem], que ia tirar o cabo da internet, todas aquelas coisas. Se eu não tivesse ido bem na escola minha mãe tinha feito isso com certeza. Não tenho dúvidas. Mas acabou que existia um mundo por trás, só que ela não conhecia. Então eu apresentei pra ela, eu mostrei pra ela como é que era. Eu fui pra uma competição em Salvador. Do nada cheguei pra ela e falei: eu tenho que ir pra Salvador jogar. Ela falou: “Como assim?”
JC: Dezesseis anos!
GT: Acho que 17. Eu fui lá. Ela viu que, realmente, existia. Ela começou a entender como é que era. Hoje ela até acompanha, sabe mais que eu, se duvidar, do que acontece no mundo do esports.
JC: Quais são as premiações dos campeonatos?
GT: Depende. Por exemplo, no LoL não são premiações milionárias. Óbvio que chega ali na casa dos 5 milhões de dólares o primeiro lugar. Mas isso não é uma premiação alta. Alta, altíssima. Em vez de dar premiações milionárias pra um time, eles tentam dividir isso pagando salário pra vários jogadores e criando várias ligas em volta do mundo. Aí tem, por exemplo, o DotA 2, que é —
JC: Eu tava comentando antes que ele teve um superprêmio, gigante.
GT: Tem prêmios de 30, 40 milhões de dólares pra um time. O LoL tem dois campeonatos por ano, enormes, e as suas ligas regionais. O DotA tem um campeonato gigante, que é o que dá premiação enorme. O CS tem vários campeonatos durante o ano, dando premiações menores mas —
JC: Mais frequentes.
GT: Mais frequentes, o tempo todo tendo campeonato. Cada jogo tem o seu sistema.
JC: Como é que flutua o salário do jogador profissional de esport? Vai de quanto a quanto?
GT: A gente fala por região. No Brasil, hoje, eu acho que o salários vão chegar entre 3 mil reais a 30 mil, dependendo de quão consagrado tu é, números, quanto de marca.
JC: Quanto tu traz de patrocínio por ser famoso, também.
GT: Não é a maior fonte de renda que tu consegue ter, salário bruto. Tem plataformas pra fazer stream, tu consegue participar de eventos e tudo isso consegue ganhar arrecadação.
JC: Você transmite você jogando.
GT: Isso.
JC: E daí as pessoas pagam pra te assistir.
GT: Não, elas não vão pagar pra te assistir. Elas te assistem e tu consegue passar comerciais e também as pessoas podem fazer doações e se inscrever no teu canal.
JC: É como no YouTube, vamos dizer.
GT: É, quase como o YouTube, só que é live.
JC: Muito legal. Tavam me contando aqui que o time tem um técnico. Eles moram todos na mesma casa ou não? Vocês vão pra mesma casa?
GT: Tem —
JC: Tem alimentação, moradia? Como é que é? Você ganha isso de graça, não ganha? Como funciona?
GT: Tem dois modelos hoje no League of Legends brasileiro, que é o que se chama de gaming house, que é basicamente o time aluga uma casa, coloca tudo que tu precisa lá, fazem manutenção, compram tudo. Tu não precisa se preocupar com nada. Tu dorme lá e joga. E convive com os teus companheiros de equipe.
JC: Não olha nem a luz do sol. Não sai nem pra rua.
GT: Ah, se tu quiser não precisa, se quiser não precisa [ambos riem]. E aí tem o outro modelo, que é o gaming office. Literalmente eles pegam um escritório, colocam os computadores lá, tu tem o teu horário, e aí tu mora sozinho, mora divide com alguém, tu faz o que tu quiser. Basicamente, trabalho normal. Tu vai lá no teu escritório, trabalha o teu tempo.
JC: Exato.
GT: Normal e depois tu vai pra casa.
JC: Como funciona o de vocês?
GT: O nosso é um gaming office. A gente tem que ir pro escritório, trabalhar o tempo necessário.
JC: É mais como uma profissão normal.
GT: Isso.
JC: Talvez seja até mais saudável. Não sei. Qual é a tua opinião sobre isso?
GT: Com certeza o gaming office é mais saudável. Tu tem o teu espaço, tem a tua privacidade.
JC: Quanto tempo tu dedica pro LoL por dia?
GT: Hoje em dia de 10 a 12 horas.
JC: Você aí se dedica 10 ou 12 horas para sua profissão? Você dedica 10 a 12 horas estudando o seu negócio, a sua profissão?
GT: Mas já cheguei no pico de 14 a 16.
JC: Eu queria dizer que a maior parte das pessoas não. Eu sou o cara que montei a minha empresa trabalhando 10, 12, 14 horas por dia. E fui bem-sucedido. Acredito que parte do meu sucesso foi por isso.
GT: Trabalho duro.
JC: Eu trabalho duro e não muda nada —
GT: Qualquer profissão.
JC: Não é porque é esport que você vai trabalhar menos. Então você tá pensando em ir pra esse negócio porque dá muito dinheiro, não pense que dá muito dinheiro trabalhando pouco. Dá muito dinheiro trabalhando muito também.
GT: O negócio é que, querendo ou não, é divertido. Quem não gosta de jogar? O que nos permite também ter essa carga horária maior é que a gente tá sempre se divertindo. A gente tá fazendo o que a gente gosta.
JC: Agora vou fazer uma pergunta, vou trazer pro meu meio. Eu quero saber o que o Gabriel tá fazendo com o dinheiro que ele tá ganhando. Às vezes já começou a pensar em poupar o seu dinheiro.
GT: Falar bem a verdade, desses 5 anos que eu jogo eu guardo aproximadamente 90% do que eu ganho.
JC: Noventa por cento?
GT: É. Eu não tenho gastos.
JC: Caramba!
GT: Porque —
JC: Porque a maior parte do tempo —
GT: É tudo bancado. É como: eu sei que é uma carreira que não dura. Eu pensei logicamente: bom, eu posso pegar tudo e gastar e ficar sem nada depois e perder meu tempo. Eu posso juntar agora e talvez ter alguma coisa no futuro, alguma coisa interessante. Investir.
JC: Tu acha que a carreira não é pra sempre, assim também?
GT: Não.
JC: Tem um prazo?
GT: Cara, a média de jogadores que param é 22, 23 anos.
JC: Para com 23.
GT: É, por aí.
JC: Por quê?
GT: Cara —
JC: Cansa?
GT: Difícil dizer.
JC: Dá LER? O quê que acontece?
GT: Aquele negócio. Às vezes a motivação não é mais a mesma, tu para de se divertir, tu não consegue treinar tanto tempo. Se tu não treina 12 horas, tem um cara treinando 14. Ele vai te passar e tu vai perder teu emprego. Então, é extremamente competitivo.
JC: Quando para de ser divertido não consegue mais treinar tanto.
GT: É. Eu vejo como isso. A concorrência é enorme. A competição tá ali o tempo inteiro.
JC: Como qualquer esporte.
GT: Sim.
JC: A concorrência é incrível.
GT: Sim.
JC: O exemplo incrível pros jovens que tão nos assistindo. É um cara super bem-sucedido, ganha bastante dinheiro e guarda 90% desse dinheiro. Eu tento ensinar pra turma o tempo todo justamente isso. No início da sua vida, quando você começa a ganhar dinheiro, você tem guardar o máximo possível.
GT: Sim.
JC: Só que mídia, TV, os amigos e tal —
GT: É fácil deixar levar.
JC: Todos te incentivam a fazer o contrário.
GT: Sim.
JC: Como é que tu ganha esse dinheiro todo e não vai comprar um carro? Como é que ganha esse dinheiro todo e não vai comprar um apartamento? Como é que ganha esse dinheiro todo e não vai comprar uma roupa melhor? Como é que —? E é ao contrário, tem que investir o tempo todo.
GT: Acho que também vem muito, minha mãe sempre me educou financeiramente pra não gastar dinheiro desnecessariamente. Então acho que sempre fui bem tranquilo em relação a isso. Só gasto o que eu preciso. Às vezes eu compro uma coisinha ou outra que eu gosto mas eu tento guardar o máximo possível porque eu não sei quando vai acabar.
JC: E onde tu poupa hoje? Teu dinheiro? Como é que tu guarda, como é que tu investe o dinheiro?
GT: Cara, hoje tá a maior parte na poupança mesmo, CDI, né?
JC: Poupança não! Oh, vou ter que fazer o Gabriel investir com a gente aqui —
GT: Por isso que já—
JC: Eu sou, eu sou, eu sou, eu tenho a cruzada contra a poupança!
GT: Eita!
JC: Fizeram até uma imagem minha com o negócio do papa [imagem do papa com o rosto do JC segurando um cartaz “Jamais investirás na poupança”] e eu fazendo uma cruzada contra a poupança.
GT: É que nesse tempo eu nunca cheguei a procurar realmente uma maior informação.
JC: Parar pra estudar, óbvio, né?
GT: Eu não tenho tempo pra parar pra entender, estudar. Como eu não tenho conhecimento eu não queria fazer nada arriscado.
JC: Você é o brasileiro normal. Não se sinta criticado por mim!
GT: Não, não, óbvio.
JC: Porque o brasileiro normal é justamente isso: você sabia que hoje 95% do dinheiro dos brasileiros estão em investimentos tradicionais? Desses —
GT: Sim.
JC: Desses poupança ou renda fixa ou —.
GT: Simples, né?
JC: Porque é muito simples.
GT: Chega lá, bota.
JC: Ah, nem vou pensar, vou botar ali o dinheiro.
GT: É.
JC: Pode saber que você tá no lugar certo. A gente vai ensinar o Gabriel a investir melhor o dinheiro dele. Eu garanto que a carreira dele vai mais longe, que ele tá aqui se divertindo, ele ainda se diverte jogando. Espero que você tenha gostado desse papo aqui com o Gabriel. Tem umas últimas palavras pra dizer aqui? Alguma coisa dizer pra sua turma?
GT: Acho que pra turma que tem interesse nesse ramo tem que saber utilizar bem o dinheiro porque não adianta tu ganhar dinheiro e gastar tudo. Principalmente o pessoal mais novo —
JC: Pé no chão.
GT: Pé no chão. Aceitem conselhos porque não dura pra sempre. Se o pessoal for entrar nesse ramo eles têm que ser bem inteligentes [sobre] como vou fazer isso.
JC: Pra mim é muito legal ver que esses novos ídolos das novas gerações quem sabe podem ser influências muito melhores do que eram os ídolos da minha geração. Tenho trinta e oito anos de idade. E os ídolos da minha geração: todo mundo queria ser jogador de futebol. A maior parte dos jogadores de futebol de quando eu tinha 16 anos de idade estão falidos porque eles faziam besteira com o dinheiro. Eram más influências, eram maus exemplos.
GT: Só dando exemplo, tem jogadores que usaram a imagem deles, criaram empresas, criaram businesses, acabaram quando pararam de jogar. Eles viviam daquilo que eles criaram. Eles não precisam mais —
JC: Continuaram vivendo...
GT: Isso.
JC: ...daquela história.
GT: Viraram empreendedores da imagem que eles criaram.
JC: Muito legal. Eu queria que tu deixasse aqui suas mídias sociais, que o pessoal pode te acompanhar. Acompanhar a tua história aí e tá por dentro do que tu tá fazendo no dia-a-dia. Quais são as tuas mídias sociais?
GT: A única mídia social que eu uso hoje é o Twitter, que é twitter.com/tockerslol. Lá é realmente onde eu interajo com pessoas, eu posto sobre os jogos que vão vir, como foram os jogos. Então, essa é realmente a única rede social que eu uso hoje.
JC: Então acompanhe o Gabriel no Twitter pra aprender mais sobre esport, e principalmente sobre League of Legends. Espero que você tenha gostado e aprendido com o Gabriel aqui. Que você tem que guardar a maior parte do seu dinheiro principalmente enquanto você é jovem. E faz também como o Gabriel, que vai aprender a investir melhor aqui, com a gente. Se você gostou desse vídeo não esquece, obviamente, de se inscrever no nosso canal, de mandar aquele joinha. Se você quiser falar com a gente sobre investimento assim como o Gabriel vai falar aqui na descrição vai ter um link pra você clicar e preencher um formulário pra falar com um assessor de investimentos. Um forte abraço e até à próxima.
GT: Obrigado.